segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Auto-Retrato

Hoje decidi, de fato, encarar meu auto-retrato, experimentando me olhar no espelho por alguns segundos. È bem verdade que há muito tempo eu não fazia isso. Esse negócio de me olhar diretamente nos olhos. Enfrentar meu eu para além das aparências...
È difícil, sabe? Ver que o tempo passou. Ver que fui eu quem o deixou passar despercebido assim e que agora me pego assustado pelas marcas e efeitos expressos em meu rosto.
Pude ver várias coisas claras pelo espelho principalmente meu coração cheio de mágoas junto ao desperdício das palavras correndo desordenadas em minha mente.
Hoje eu me encontro com meus vinte e poucos anos. Tenho mania de condená-los como anos não vividos. È bem irônico, eu sei! Se estou vivo é porque estes anos foram vividos sim e muito até. Mas, fazer o quê? Tentei desentortar, porém,  pouco se tem a fazer. Minhas costas curvas doem e isso me faz resmungar de coisas como os anos que já vivi, sobre coisas que não  dão certo e sobre o agora também. Se bem que o agora eu precisava ter me atentado antes. Imerso em tantas outras banalidades, as minhas próprias estavam um tanto esquecidas e aí deu no que deu. Esta vida de merda que eu chamo de minha com inúmeras emoções mal vividas e castelos de areia que ainda nem sairam da cabeça para a prática. Enfim, o que foi que eu fiz de mim?

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Eu era...

Eu era um cara desses ai. Um cara que provavelmente não iria muito longe em alguma coisa. A minha aparência não era lá essas coisas. Quanto menos expressivo, quanto menos visto menos problemas pra mim. Sabe, nunca me interessei por tantas coisas assim. Claro, haviam as coisas que eu gostava naquela época. Algumas poucas coisas, porém haviam, e uma dessas coisas era ela. E, eu confesso, e como confesso, ela tinha um dom de me chamar pro mundo.Um dom que não sei se era dela ou se eram meus olhos, não bem dotados de vista, que juntavam a minha hipermetropia a luz do dia e assim criavam todo aquela vida de luminosidade ofuscante em torno dela. Eu era "o cara" mesmo não sendo dela. E como ser notado? Logo aquele retardado de óculos quebrado com uma renite alérgica que mais parecia um resfriado sem fim?! Pois é, eu me via tão longe e tinha em mim um universo tão meu e dela, enfim. Um dia ela olhou pra mim, talvez, tenha sido mais um daqueles meus clássicos resmungos (e desculpe se eu não cheguei a essa parte, mas é porque além de tudo eu tenho esse jeito um tanto senil e logo isso iria se mostrar por si próprio). O importante foi que ela olhou, e de tanto fugir dos tão temerosos problemas, cai no mais fatal, o amor. Não entendia muito bem sobre sentimentos, a maioria do tempo eu passava reclamando sobre alguma dor ou outra coisa qualquer, mas, ele chegou. Como soube? Nem eu mesmo soube bem. A questão é que: como logo eu?! Tão figura qualquer em alguma estória dessas de vida, agora com bestagem de se ver protagonista?! Ah! Tá certo! Juro como pensei ironicamente assim, mas, tudo bem. Só sei que aquilo tudo me deixou assim, não igual a que eu era antes. Já até pensei em trocar o cinza pelo vermelho e abrir um sorriso uma vez ou outra, sabe? Talvez, tenha sido a primeira pessoa que tenha reparado em mim de verdade e ,tipo assim, por mais que provavelmente eu não casasse com ela, tivesse filhos e afins , aquilo tudo me trouxe um forma de conjugar o verbo no pretérito sobre coisas minhas que até eu mesmo não via um rumo diferente. Enfim, quem sabe lá sobre essas coisas de vida. A gente acaba não se esquivando das problemáticas.

Campos, Juliana.

Ouvindo Kodaline - All I Want.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

    Entenda meu universo particular. Saiba que , as vezes , eu tenho mesmo esse jeito atravessado de falar.
    Mas, não me leve a mal, nem é por assim querer é que no meio de "gigantes", sou apenas mais uma vítima do medo, do medo de ser mais um ferido.
    Me sinto desprotegido e essa falta resulta em um comportamento que ultimamente tem feito parte do meu extinto...Extinto de um animal fraco que tenta se defender como pode. Extinto de um animal que recua na presença do mais forte. Seja qual esse "mais forte" for.
     Entre no meu universo particular e descubra o avesso do que transpareço externamente, que aí saberá. Descubra meu universo particular que te direi que terá o grande prazer e não vai querer mais me ignorar.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Mergulho

E hoje me vejo mergulhado na ausência dela sem, pelo menos, ter respirado fundo antes do salto.
Quase como um verdadeiro suicídio, nem se quer pude desatar o nado ou algo do tipo. Simplesmente me vi, através de mim, atirado com tudo e meu grito de socorro é quase surdo. Há agonia interna e há vontade de ser abraçada por Iemanjá. Minha mãe! Meu mar! Pra ter a sensação de pertencer há algum lugar que sei que irá me receber bem e de braços abertos. Que alguém me ouça mesmo se calo..Que alguém veja que estou afundando... Que alguém me socorra! Embora insana, o extinto de sobrevivência me força e clama. A força dos meus braços me falham e já sufoco. E eu só queria me livrar de tudo, de uma vez, inclusive de mim se fosse preciso, porque estou apavorada e não consigo ver uma saída no meio de tudo isso.


Por: Campos, Juliana

P.S: sugestão de música Leave - Gren Hansard (trilha sonora do filme Once)

domingo, 31 de março de 2013

Como tudo deve ser?


Como tudo deve ser?
Então vai sem assim?
Sem eu e sem você?
E a parte que o coração te diz
Que sente alguma coisa por mim?
Não tem nada a ver?
Eu bem que não quis
E coloquei tudo de mim
Mas, meu coração atendeu ao chamado
E agora foi tudo por água a baixo
O teu coração te diz
E o meu tem respondido
Então o que é tudo isso
se não for um sentimento bonito?
Eu me sinto capaz de tudo
Que nem Dom quixote
Por amor as causas que tinha
A gente tem ido
Sem ter percebido
No mesmo passo
Se juntando aos pouquinhos
Então o que deve ser?
O que deve ser tudo isso?*
Esse nó?
Essa chama?
Esse negócio que você mesma diz ser esquisito?
Enfim, seja lá o que for
Mas, o que é ?
Por que me importo?
Eu não sei
Você sente
Eu sinto
Só depende de você.

Juliana Campos
[ P.S : Tem sentimento duro que nem pedra, mas , no sentido de ser forte que nem pedra ] ...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Foi de se entregar a sorte ...

Então se passa não foi porque o tempo não ficou
Foi de se entregar a sorte
Com pés e mãos
Não que o restante tenha se agarrado a algo ou a alguém
Era preciso mãos e eram precisam pés
Para ir em alguma direção
Era somente preciso ir
E assim foi
Mesmo com os olhos fechados
E na bagagem
Seu coração
Não era forte e muito menos certo
Levava apenas os pulmões cheios
Para ter fôlego no primeiro disparo
Firmeza no próximo passo
Um amparo
Talvez ...

Por Juliana Campos

[ P.S : Os arianos sempre vão continuar tão teimosos em suas determinações aos meus olhos. Com suas guarras ,que o elegem, em meio a plumas e seu modo de sentir as coisas com uma força  tão vasta que se expande de várias formas, mas que nunca se esvai. São teimosos até nisso e que bom, porque faz com o que a gente sinta também. Dedicatória a D.D]

"Aqueles olhos" ...

...Mesmo ainda tonto, eu caminhava sem pressa, pois assim o coração parecia se segurar em seu lugar e o corpo dessa maneira ia, aos poucos, aquietando-se. Mas, porém, entretanto, no entanto, todavia, aqueles olhos, mesmo desarmados, pareciam já vir prontos para apontar para mim e, dessa forma, acertar em cheio num só tiro certeiro, porque foi exatamente o que fez. Eles já sabiam tudo. Só não disseram para mim. Disseram por si e meus olhos quase como uma impulso involuntário anteciparam-se da boca e responderam que sim.
   Se ali não me levaram pelas mãos, levaram-me pelo o coração. " [...] Num deserto de almas também desertar [...]" eu pude lembrar bem cada palavra encaixando-se entre eu, aqueles olhos e minha voz como se não fosse mais aqueles dois, mas sim eu e você.
   Eu estava prestes a descobrir o universo do sentir e assim me enfiei. Foi quase como um estouro de pulmões que mal podiam com o tanto que ofeguei ao prender a respiração, fechar os olhos e mergulhar.
   Ainda tonto e sem pressa, do coração já nem posso me assegurar. Vai com aqueles olhos cativo, pulsando a procura de um lugar que lhe dê sonhos para sonhar até hoje e até aqueles olhos o guardar...

Por Juliana Campos

[PS: Lembrança ao Texto de Caio Fernando Abreu - Aqueles Dois que faz parte do livro Morangos Mofados. Lembrança também em relação a "Aqueles olhos" que eu só pude ver uma única e decisiva vez na data de 17 de abril de 2010]