segunda-feira, 23 de maio de 2011

     Alguns pássaros costumavam se acomodar no quinta do meu vizinho, antigamente,pois ele gostava  alimentá-los. Era um senhor não tão velho, porém ja aposentado. Saia pouco de casa e não tinha tantos amigos assim,
     Pela manha, enquanto eu lia o jornal,essas criaturinhas coloridas, ao visitá-lo  gostavam de cantarolar. Às vezes, até pousavam na minha mesa para fazer travessuras.Eles pareciam felizes pelo abrigo que recebiam do senhor destinto que por muitos anos ja residia aquela casa.
     Ao passar do tempo,esses pássaros construíram ninhos e se multiplicaram,aquele quintal se tornou um habitat ideal para eles mesmo sendo um improviso só.
     Era engraçado ouvir o meu vizinho cantar como se fosse um passarinho,pois o som que era transmitido através do seu assobio era desafinado,mas ele,mesmo assim,era compreendido e adorado por seus amigos alados.
      No entanto,houve um dia no qual eu não ouvi mais o canto dos pássaros.Olhei para o quintal do meu vizinho,porém não vi nenhuma ave. Achei estranho, porque eu já estava acostumado com toda aquela agitação matinal,entretanto acabei por não investiguar o fato.Naquele mesmo dia eu soube que o dono daquela casa faleceu enquanto dormia e tinha sido enterrado há algumas horas. Estava explicado o desaparecimento dos pássaros.
      Um dia desses qualquer,eu decidi visitar o túmulo no qual repousava o corpo do meu bondoso vizinho,pois eu não havia nem se quer me despedido dele embora quase nunca termos nos cumprimentado e tal,quando me aproximei do seu jazigo,presenciei uma cena surpreendente.Os pássaros estavam ao redor da sepultura,eles cantavam como se sentissem a presença do homem que ofereceu hospitalidade para eles.Lembro que sentei em uma pedra e fiquei assistindo àquele espetáculo de cores e sons. Eu não estava lendo jornal,porém me senti em casa.

ps: Esse é bem antigo. Data 28/10/08. Tamtam conhece bem esse texto, rs

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pra olhar na varanda...

E teus olhos na varanda
Iam longe
Além dos raios do sol
Juntava com as mãos
Os cabelos espalhados no vento
Cheiro de flor e brisa
Ia a fora
E eu ia pra lá

Na vista até dava um nó
Do olhar sem pressa
As voltas que o corpo tinha
Envolta do novelho que  lhe cubria
Sua pele suave e macia
Parecia até doce
Atrativo

Esperava os olhos na varanda
Cativos
Por uma amor que ia além de minhas contas
Por quem esperava passar

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Na barra da saia a rodar

   Segura na barra da saia que eu vou te rodar, mas só dessa vez...
   Expremendo os olhos sem vontade de parar  - só dessa vez - ensistia ficar.
   Embalando no punhado das mãos - senta, que vou lhe contar do que se ver dentro do rio antes de mergulhar lá - segurando forte na barra da saia, era quase como ter algo em que se agarrar - Ôh! Mas é só dessa vez .
    E seus olhos caiam como pequenas estrelas do céu se tudo ali pudesse acabar. Tiro-lhe da boca um sorriso para guardar. Sem ainda soltar da barra da saia, repousa os ombros enquanto continua a girar por dentro.
    Como se fosse longe, ia e voltava todas as vezes em que lhe estendia as mãos. Era o seu jeito de falar. Um apego só na barra da saia para ver ela rodar - se aquieta um pouco, menina, que assim voce vai me levar para onde meus olhos possam lhe esperar - querendo o balanço da saia e voce para se agarrar.


Campos, Juliana