quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Foi de se entregar a sorte ...

Então se passa não foi porque o tempo não ficou
Foi de se entregar a sorte
Com pés e mãos
Não que o restante tenha se agarrado a algo ou a alguém
Era preciso mãos e eram precisam pés
Para ir em alguma direção
Era somente preciso ir
E assim foi
Mesmo com os olhos fechados
E na bagagem
Seu coração
Não era forte e muito menos certo
Levava apenas os pulmões cheios
Para ter fôlego no primeiro disparo
Firmeza no próximo passo
Um amparo
Talvez ...

Por Juliana Campos

[ P.S : Os arianos sempre vão continuar tão teimosos em suas determinações aos meus olhos. Com suas guarras ,que o elegem, em meio a plumas e seu modo de sentir as coisas com uma força  tão vasta que se expande de várias formas, mas que nunca se esvai. São teimosos até nisso e que bom, porque faz com o que a gente sinta também. Dedicatória a D.D]

"Aqueles olhos" ...

...Mesmo ainda tonto, eu caminhava sem pressa, pois assim o coração parecia se segurar em seu lugar e o corpo dessa maneira ia, aos poucos, aquietando-se. Mas, porém, entretanto, no entanto, todavia, aqueles olhos, mesmo desarmados, pareciam já vir prontos para apontar para mim e, dessa forma, acertar em cheio num só tiro certeiro, porque foi exatamente o que fez. Eles já sabiam tudo. Só não disseram para mim. Disseram por si e meus olhos quase como uma impulso involuntário anteciparam-se da boca e responderam que sim.
   Se ali não me levaram pelas mãos, levaram-me pelo o coração. " [...] Num deserto de almas também desertar [...]" eu pude lembrar bem cada palavra encaixando-se entre eu, aqueles olhos e minha voz como se não fosse mais aqueles dois, mas sim eu e você.
   Eu estava prestes a descobrir o universo do sentir e assim me enfiei. Foi quase como um estouro de pulmões que mal podiam com o tanto que ofeguei ao prender a respiração, fechar os olhos e mergulhar.
   Ainda tonto e sem pressa, do coração já nem posso me assegurar. Vai com aqueles olhos cativo, pulsando a procura de um lugar que lhe dê sonhos para sonhar até hoje e até aqueles olhos o guardar...

Por Juliana Campos

[PS: Lembrança ao Texto de Caio Fernando Abreu - Aqueles Dois que faz parte do livro Morangos Mofados. Lembrança também em relação a "Aqueles olhos" que eu só pude ver uma única e decisiva vez na data de 17 de abril de 2010]

Dona

No sonho o sorriso se faz
dono dos meus olhos
atentos a olhar
o olhar
o sorriso
e tudo mais
É fácil de se agradar
A paz que pousa
em meus ombros
é de ti que vem e me dá
com o teu jeito doce
e cativo de ser
tão única e especial
Fora do sonho você se faz
parte de mim
Dona do que há de melhor
Dona do meu suspirar

Por Juliana Campos

Pois é ...

Deixa o coração se acalmar
Para que eu respire fundo
E entenda o porquê
Que no fim o que sobrou
Foi uma forma não dita de dizer adeus
-
Dizem que a vida é assim
Um movimento de idas e vindas
Que balançam nossas vidas
Entre o cheio e o vazio
E que sempre vai ser assim
-
Não é hora de se sentir cansado
De perceber que as causas perdidas
Doem mais do que sonhos não realizados
Não se pode se deixar levar
Porque é de se perder logo tudo de vez
-
Mais uma vez ficar sozinho por um tempo
Beber lembranças pelo gargalho
Até tudo voltar a ficar sereno
Ou até conseguir sorrir do fracasso
Por estar  mais uma vez vencido no fim
-
É de se esperar
Quando o coração  diz
É de deixar pra lá
Quando sempre parece que vai ser assim
Um ponto após o fim.
-
Fica no peito uma dor
Que lembra o quanto custou o amor
O coração uma hora há de se acalmar
Até se conseguir respirar
Só que até lá o que resta é esperar passar.
-
Pois é
Não deu
E a estrada vai continuar
Mesmo parado
Com a cabeça estacionada no mesmo lugar

C.J